A utilização da ayahuasca não pode ser mal interpretada: deve ser revestida de toda seriedade e respeito, além de sérias intenções. Muitos pensam que, pelo fato de terem tido experiências maravilhosas, já obtiveram as respostas e foram de alguma maneira transformados. Em alguns aspectos simples realmente o foram, mas, na realidade, existem muitas camadas de condicionamento e ignorância a separar a mente superficial do eu verdadeiro.
A ayahuasca, assim como tantas outras plantas chamadas instrutoras, podem nos levar a grandes transformações, permitindo o acesso à nossa essência e às capacidades que desconhecemos. No entanto, é necessário manter concentração e seriedade, persistência e comprometimento no sentido de mudar e realmente remover velhos hábitos, que tendem a reaparecer.
A mudança requer trabalho duro e esforço. Muitas vezes, a experiência transforma, outras vezes mostra o possível, aponta o caminho, mas a responsabilidade de implementar as mudanças, assim como os méritos, é de cada um, do seu esforço pessoal, do seu empenho. A busca deve ser honesta e firme. Ninguém deve participar de uma experiência destas sem objetivos definidos.
É preciso coragem para olhar o que se apresenta, humildade de admitir suas falhas quando se tornam aparentes e, principalmente, ter a determinação de mudar seus comportamentos em função do que se revela. O grande benefício da Ayahuasca, trazido até nós pelas sociedades indígenas, é que ela dissolve os limites da mente inconsciente, desbloqueia, desfaz as barreiras culturais impostas pela forma com que fomos criados e dá acesso a conteúdos reprimidos e esquecidos por nós. Ela possibilita o reconhecimento das configurações universais da psique, os arquétipos da humanidade, junto com um leque mais abrangente de conhecimentos e maneiras de conscientizar.