Ser padrinho espiritual ou guru é mais que servir ayahuasca, tocar ritmicamente a instrumentos como tambores, violas e maracás, tocar CD com lindas músicas, falar daquilo que apenas leu e não vive, citar o amor do Mestre Jesus ao passo que trai a confiança daquele que lhe confiou e por vezes age por suas costas.
Uma pessoa de boa intenção pode servir ayahuasca e plantas de poder num ambiente agradável com músicas agradáveis e ornamentos religiosos, o que é muito válido inclusive.
Contudo é o que fazem os homens ególatras em busca de reconhecimento, aplausos, elogios, e exploração financeira de outras pessoas fizeram o mesmo?
Há diferenças entre a mente que está se espiritualizando, da mente já espiritualizada, e é vital ao buscador reconhecer tal diferença.
A mente que ainda está se espiritualizando mesmo atenciosa num primeiro instante, revela ao ser observado por mais tempo, pontos obscuros do ego como o apego, avareza, se impor amassando o cônjuge, principalmente a esposa, filhos e empregados. Muito emotivo sujeita-se facilmente a inveja, traição, mentiras, língua ferina, dissimulagem, buscar poder em muletas espirituais como plantas de poder e drogas etc.
A mente já espiritualizada é o verdadeiro padrinho espiritual ou guru. É aquele que vale somente de si mesmo para expandir a consciência sua e de outros, pois atingiu consciência e luz suficiente pra isso; O que profere e escreve é profundo, pois traz o cunho espiritual das muitas experiências vividas; Por bom senso adquirido ao longo de vidas aprendeu a se ater somente nos fatos e não dá créditos ao diz que me disse. Corajoso e nobre se mantêm franco, direto e autentico no que fala e faz, não trai por conhecer a lealdade, não ludibria por conhecer a sinceridade, jamais noticia o que não presenciou ou somente ouviu outro falar, pois bem sabe da maldade e inveja na língua dos homens sem luz. O espírito de gratidão mantido no coração jamais se esquece daquele que certa vez lhe estendeu a mão e o ergueu. Por ser assim e somente assim, é que os demais o reconhecem como padrinho espiritual ou guru, onde o balsamo amoroso do Mestre Jesus flui através de sua presença e por ele o pão é sempre quentinho.
Xamã Gideon dos Lakotas.