Certa vez, um cachorrinho foi a um safári junto com seu dono. O cãozinho, alegre e faceiro, se divertia muito correndo atrás das mariposas e das libélulas. E, tamanha era a sua alegria que, não percebeu que se afastava cada vez mais do acampamento e adentrava a área selvagem, já em área de caça.
Finalmente, quando o cãozinho percebeu que estava na savana, campo aberto de caça, território 100% selvagem, já se encontrava muito longe da segurança do acampamento do safári.
Exatamente nesta hora, percebeu que uma grande pantera vinha em sua direção e, claro, adivinhe só quem era o almoço da pantera?
O cachorrinho pensou:
“Santo Cão, o que faço agora? Eu posso correr. Mas certamente esta pantera peralta vai me alcançar rapidamente. Afinal de contas, ela alcançaria até um impala. Bom, então posso brigar. Mas certamente ela me fará em pedaços. É muito mais preparada que eu e sozinha vale por uma matilha inteira”.
Foi quando o cachorrinho, percebendo um punhado de ossos ao seu lado, teve uma ideia e a colocou em prática.
O cachorrinho sabendo da natureza dos felinos, em aproveitar a distração de suas prezas preparam o melhor angulo para “dar o bote” na jugular de suas vítimas, virou de costas para a pantera, como se ainda não á tivesse visto, e começou a roer um daqueles ossos.
Quando a pantera chegou bem perto e deu uma pequena parada para preparar um bote melhor, o cãozinho, fingindo ainda não ter visto a pantera, ergueu a cabeça e disse exclamando com força:
“HUUUMMMM… MAS QUE DELÍCIA DE PANTERA QUE ACABEI DE COMER !!!”
A pantera, ouvindo isso, levou um baita susto e saiu a correr, desesperada. Ainda pensou: “Nossa, que cãozinho bravo! Quase me almoça!”
Mas o macaco, que tudo assistira, morrendo de inveja da CRIATIVIDADE do cãozinho, correu atrás da pantera gritando:
“Dona Pantera! Dona Pantera! Então não percebeu a grande peça que este cachorrinho lhe pregou?”
E contou tudinho para a pantera.
A pantera, enfurecida, disse:
“Sr. Macaco, suba nas minhas costas, iremos até aquele cãozinho, vamos ver quem come quem!”
Quando o cachorrinho avistou novamente a pantera com o macaco nas costas, correndo e bufando furiosa, parecendo uma locomotiva a carvão, logo entendeu o que havia acontecido.
“Mas, e agora, o que hei de fazer?” – Pensou o cachorrinho.
Então, mais uma vez, teve uma ideia e a pôs em prática.
Tornou a virar de costas para a Pantera, como se ainda não a tivesse visto, e continuou a roer aquele pedaço de osso.
Quando a pantera, já estava bem perto, parando para preparar o bote certeiro, o cachorrinho, ainda fingindo não saber da presença da pantera, novamente ergueu a cabeça e exclamou muito bravo:
“MALDITO DAQUELE MACACO, JÁ FAZ MEIA HORA QUE FICOU DE ME TRAZER OUTRA PANTERA PARA EU PODER COMER!!!”
A pantera levou um baita susto de novo e fugiu mais desesperada do que da primeira vez, mas levando na boca o macaco morto.
Percebem, queridos, em momentos de crise só a imaginação é melhor que o conhecimento!
Esse cachorrinho, mesmo com todo o medo que teve ao ver a enorme pantera, foi corajoso e não se deixou abater. Mesmo com muito medo, elaborou um plano através da sua criatividade e o colocou em prática.
Portanto, saiba você que ser corajoso não é não ter medo. Ser corajoso é prosseguir adiante apesar do medo que sente!
Ouça, meu filho, você pode ficar aí parado, arrumando desculpas para os seus fracassos e desilusões ou avaliar com muita atenção os ensinamentos que lhe passo. Por meio deles, você descobrirá que também é capaz de vencer em todos os sentidos e que na verdade já nasceu destinado à iluminação. Mas o caminho é você quem escolhe!
Xamã Gideon dos Lakotas