Nunca tinha procurado saber fosse o que fosse sobre um dos espíritas mais falados de todos os tempos, Xico Xavier, e surpreendeu-me este testemunho do seu sobrinho, que voltou a vir à luz numa reportagem da revista “Superinteressante”…
Passados todos estes anos, não faltarão espíritas a negar os fatos, mas, o que pensar de tudo isto, quando até o presidente do Irã nega a existência do Holocausto perante alguns sobreviventes do mesmo?
CHICO XAVIER E O TESTEMUNHO DO SOBRINHO: AMAURI PENA:
Amauri Xavier Pena, filho da irmã mais velha de Chico Xavier, Dona Maria Xavier, foi escolhido pelo tio para ser seu sucessor.
Vinha treinando desde os treze anos. Aos 17 anos cedeu às insistências do tio. Treinado com grande constância na “psicografia”, mostrou maior facilidade do que o famoso tio para imitar os autores que lia.
E assim publicou mais de cinqüenta livros “psicografados” imitando mais de cinqüenta autores, cada qual no seu próprio e inconfundível estilo.
Recebeu também uma epopéia de Camões em estilo quinhentista, Cruz e Sousa, Gonçalves Dias, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Luís Guimarães Jr., Casemiro Cunha, Inácio Bittencourt, Cícero Pereira, Hermes Fontes, Fabiano de Cristo (?!), Anália Franco, e até Bocage e Rabindranath Tagore.
O boletim espiritista “Síntese”, de Belo Horizonte, fazia a divulgação.
“Um grande médium” era proclamado, mesmo depois da auto-retratação em Julho de 1958 no “Diário de Minas”.
E lá mesmo, perante os jornalistas, imitou diversos estilos de autores famosos.
“Tudo o que tenho “psicografado” até hoje, apesar das diferenças de estilo, foi criado pela minha própria habilidade, usando apenas conhecimentos literários”, declarou. E proclamou que seu tio Chico Xavier “não passa de um grande farsante”.
E à revista “Manchete”:
“Revoltava-me contra as afirmações dos espiritistas (que diziam que era médium). Levado à presença do meu tio, ele me assegurou, depois de ler o que eu escrevera, que um dia eu seria seu sucessor.Passei a viver pressionado pelos adeptos da “terceira revelação”,como absurdamente chamam ao Espiritismo, com ele pretendendo suplantar, após as revelações do Pai e do Filho, a Terceira Revelação pelo Divino Espírito Santo o dia de Pentecostes.A situação torturava-me, e várias vezes, procurando fugir àquele inferno interior, entreguei-me a perigosas aventuras, diversas vezes saí de casa, fugindo à convivência de espíritas. Cansado, enfim, cedi dando os primeiros passos no caminho da farsa. Tinha então 17 anos. Perseguido pelo remorso e atormentado pelo desespero, cometi vários desatinos (…). Vi-me então diante da alternativa: mergulhar de vez na mentira e arruinar-me para sempre diante de mim mesmo, ou levantar-me corajosamente para penitenciar-me diante do mundo, libertando-me definitivamente. Foi o que decidi fazer procurando um jornal mineiro e revelando toda a farsa (…). Meu tio é também um revoltado, não conseguindo mais recuar diante da farsa que há longos anos vem representando.Eu, depois de ter-me submetido a esse papel mistificador, durante anos (…), resolvi, por uma questão de consciência, contar toda a verdade”.
Fonte: BLANCO, Gisela, apud SAMANTTA, Hellen, Superinteressante. Chico Xavier – Uma investigação. Edição Abril de 2010, Editora Abril. http://super.abril.com.br/religiao/investigacao-chico-xavier-561667.shtml
(http://berakash.blogspot.com.br/2012/08/espiritas-voces-sabiam-que-chico-xavier.html, BERAKÁ, Agosto de 2012)