Teucrium – Teucrium marum
As folhas dessa planta delicada são muito pequenas e bastante estreitas; o cacho de flores, vermelho claro, ascende a partir dos brotos. O odor das flores maceradas é queimante e picante; o gosto é extremamente apimentado. A ação desta planta, que se esgota no domínio floral ou volátil, se assemelha à do tomilho, mas está deslocada em direção ao metabolismo. Esta planta estimula os processos do fígado, favorece o fluxo da bílis e combate a formação dos cálculos. Ela é também um estimulante da secreção biliar.
É utilizada nas paralisias dos membros, nas inflamações das vias respiratórias superiores e nos pólipos da cavidade nasal.
Teucrium scorodonia
Nesta planta, o tipo das Labiatas, totalmente ligado ao calor, se lança em um domínio que lhe é estranho: a umidade, o frescor e a sombra. Um combate é inevitável. Tal combate se exprime em odores pesados lembrando o do suor e em sabores acres e amargos. O Teucrium também é chamado de sálvia da floresta. Ele cresce num substrato silicoso, à beira das florestas, nas clareiras, nas partes superiores das montanhas graníticas, enfim em toda a Europa ocidental. O broto foliar, esguio e alto, parte de um rizoma subterrâneo muito ramificado; as folhas são oval-lanceoladas, peludas e de coloração verde glauco. A planta termina em uma espiga desenvolvida, portadora de flores com dois lábios, branco-amareladas. Tais flores se voltam para o mesmo lado que é o lado da iluminação máxima, apesar de nada na estrutura dessa planta ser assimétrico.
Esta planta possui um aspecto mirrado e débil: ela é pálida e estirada em direção ao alto e parece que a planta tem carência de luz. Em relação a tudo aquilo que nós mencionamos anteriormente em relação às Labiatas, deve ser acrescido, em relação ao Teucrium scorodonia, o fator “sílica”. A sílica torna possível o vegetal empreender sua luta para captar a luz. A sílica favorece o metabolismo da luz.
Rudolf Steiner preconizou esta planta no tratamento da tuberculose. Mais recentemente plantas ricas em sílica vem sendo utilizadas no tratamento de doenças que tem algo a fazer com o metabolismo da luz, como é o caso da tuberculose. Nesta doença, a faculdade que o organismo tem de “desenvolver interiormente a luz” está enfraquecida. Já foi constado sucesso terapêutico no tratamento da tuberculose dos testículos e na dos ossos. Outros exemplos nos demonstram que as Labiatas podem influenciar as sudações anormais dos tuberculosos; o Teucrium scorodonia é uma planta que também possui tal virtude terapêutica.
Teucrium scordium
Esta planta cresce nas margens dos lagos, nos vales regados por um curso de água e nos prados úmidos. Ela está adaptada ao elemento no qual ela vive, fincando suas raízes relativamente profundas para dentro da terra; suas folhas são arredondadas; suas flores de um vermelho claro são superpostas em falsos verticilos, pouco espessos, inseridas nas intersecções das folhas no caule. Seu óleo essencial possui um odor de alho (isto nos revela um processo sulfuroso); os taninos e substâncias amargas fazem parte dessa planta.
A atividade terapêutica do Teucrium scordium se dirige ao organismo dos líquidos: ela é diurética, sudorífica, combate as mucosidades que revestem o aparelho digestivo e as inflamações das glândulas (inclusive a orquite); esta planta era indicada no tratamento das bronquites crônicas, da tuberculose, do empiema pulmonar, da ozena, das inflamações purulentas do peito. Neste caso, a virtude terapêutica das Labiatas, enriquecida de um fator sulfuroso, é levada totalmente em direção ao sistema rítmico. O processo enxofre (sulfur) ajuda esta planta a conservar sua natureza calórica, típica das Labiatas, em um meio aquoso, terrestre e frio.