Planta nativa na Região Sul do Brasil, ocorrendo também nos países da Bacia do Prata. Comum no Rio Grande do Sul, especialmente na Depressão Central; presente também em outros estados sulinos. A origem do nome vem do adjetivo latino “fastigiatum”, “que termina em ponta”, motivado pelos ramos fasciculados da inflorescência, que apresentam frutos em suas pontas. Os nomes populares são: Jurubeba, Jurubeba-do-sul, Jurubeba-velame, Velame.
Solanum fastigiatum Willd.
Solanum fastigiatum é uma planta perene, reproduzida por semente. O florescimento ocorre desde o fim do inverno até o outono seguinte, num período determinado, variável de região a região. Os frutos se desenvolvem lentamente. A planta ocorre em clareiras e margens de matas, em margens de banhados e outros locais não inundados, sendo heliófita. Aceita diferentes tipos de solo, com preferência por locais com boa umidade. Ocorrem duas variedades: var. fastigiatum que tem caule com poucos espinhos; var. acicularium Dun, com caule intensamente armado com espinhos quase justapostos em toda extensão.
É uma planta arbustiva, ereta, com até 1,5m de altura. Caule cilíndrico, verde nas plantas novas e verde-acinzentado nas plantas mais velhas. Folhas simples, isoladas, pecioladas, bastante variáveis no formato e configuração, assemelhando-se às folhas de Solanum variabile. Inflorescência por cimeiras terminais, corimbosas. Flores de coloração branca ou levemente azulada. Fruto é um Solanídio globoso, com cerca de 1cm de diâmetro, de coloração alaranjada.
Essa planta é bastante parecida com diversas outras, que também são conhecidas pelo nome vulgar de jurubeba e é usada na farmacopeia popular, com as mesmas indicações da verdadeira jurubeba, Solanum paniculatum. Como existem preparações comerciais a base de jurubeba, é comum que as firmas que as apresentam recebam material de plantas parecidas, inclusive de Solanum fastigiatum. A ingestão de partes da planta tem causado patologias em bovinos. A ocorrência maior tem sido em épocas de carência de forragem e os animais precisam ingerir a planta por um período prolongado. Estudos feitos na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (1985 e 1987) indicam que a sintomatologia é relacionada com disfunção cerebelar, com crises periódicas do tipo de epilepsia, que duram de alguns segundos a um minuto e são desencadeadas geralmente quando os animais são movimentados ou excitados. Há perda de equilíbrio e quedas, ficando os animais em decúbito dorsal ou lateral, com tremores musculares. Após as crises, os animais aparentam normalidade, mas alguns estendem o pescoço numa atitude de “olhar estrelas” e buscam maior apoio com extensão dos membros anteriores. Em geral não ocorre mortalidade diretamente relacionada com o problema, mas com as quedas podem haver fraturas. A patologia se torna crônica e a regressão clínica é rara.