A arruda é um arbusto, originário do sul da Europa e norte da África. Informações médicas recentes desaconselham totalmente o uso da arruda na medicina caseira, devido à alta toxicidade da planta. Ela serve para preparar medicamentos feitos por farmacêuticos, da medicina alopata ou homeopata. Ramos frescos da planta servem como repelente de pulgas, insetos e ratos.
Ruta graveolens
Nome Popular:
Arruda – comum, arruda – dos – jardins, arruda – fedorenta, ruta, ruta – de – cheiro – forte, arruda – doméstica, erva- arruda.
Família: Rutaceae
Atenção: O chá de suas folhas é empregado em várias regiões brasileiras no combate às cólicas menstruais. E justamente para estes casos é preciso tomar muito cuidado, pois a arruda pode provocar hemorragias graves e por vezes até a morte. Assim, não deve ser de forma alguma consumida durante a gravidez.
Diz a crendice popular que a arruda tem o poder de combater o mau-olhado.
Aspectos Agronômicos:
Tem excelente adaptação às diversas condições climáticas. O plantio é feito por meio de sementes, em sementeiras e logo depois transplantadas para local definitivo ou propagação vegetativa. Já por estaquia, as estacas demoram de 2 a 2,5 meses para serem transplantadas. Aconselha-se sombreamento parcial das plantas.
Ela desenvolve-se melhor em solos ricos em matéria orgânica e permeáveis. A colheita é feita entre seis e oito meses após plantio, e duas vezes ao ano, antes da floração.
Pode chegar a 1,5m de altura. Tem muitos ramos e folhas ovais e pequenas, de cor verde-acinzentado. As flores, de pétalas amarelo-esverdeadas, reúnem-se em terminais. O fruto é uma cápsula onde ficam as sementes pardas e rugosas.
Parte Usada: Toda a planta
Constituintes Químicos:
– glicosídeos (rutina)
– lactonas aromáticas (cumarina, bergapteno, xantotoxina, rutaretina e rutamarina)
– glicosídeos antociânicos
– alcalóides (rutamina, rutalidina, cocusaginina, esquiamianina e ribalinidina)
– metilcetonas (metilnonilatona)
– flavonóides ( hesperidina)
– rutalinio
– rutacridona
– terpenos (pipeno, limoneno, cineol)
– ésteres
– psoraleno.
Origem:
A arruda é um arbusto, originário do sul da Europa e norte da África.
Aspectos Históricos:
No país, conquistou o título de erva purificadora, que limpa ambientes, atrai bons fluidos e afasta maus-olhados. Na Idade Média, acreditava-se que a arruda defendia as pessoas contra a peste negra.
Leonardo da Vinci e Michelangelo afirmavam que, graças aos poderes metafísicos da arruda, o seu sentido criativo e a sua visão interior melhoraram consideravelmente.
Com os ramos aspergia-se água benta sobre as multidões. Era considerada uma importante defesa contra a peste negra. Os ladrões que roubavam as vítimas da peste negra protegiam-se com o chamado “vinagre dos quatro ladrões”, de cuja composição ela fazia parte, Era também um dos principais
componentes da mitevidade, antídoto grego contra todos os venenos. Esta planta apareceu nas armas da Ordem do Cardo, escocesa,e inspirou o desenho do naipe dos baralhos de cartas.
Ela é usada desde a antiguidade para proteger as pessoas do mau olhado.
Uso:
* Fitoterápico:
– Normalização das funções do ciclo menstrual (menstruação escassa).
– Fragilidade dos capilares sanguíneos.
– Parasitas (piolhos e lêndeas). Verminoses (oxiúros)
– Dores de ouvido.
– Varizes e flebite.
– Combate da calvície.
– Asma brônquica, pneumonia e cefaleia.
– Ansiedade e insônia.
– Reumatismo, clerose, paralisia e nevralgias.
– Incontinências de urina e prisão de ventre.
* Farmacologia:
Tem ação emenagoga, sudorífica, anti-helmíntica, anti-hemorrágica, abortiva, carminativa, antiespasmódica, diaforética e estimulante.
A rutina aumenta a resistência dos capilares sanguíneos, evitando sua ruptura e blenorragia. Provoca uma leve contração de útero (ela congestiona este órgão), estimula as fibras musculares, provocando-lhes a contração. Pode levar a hemorragia grave.
Riscos:
– Seu uso durante a gravidez é contraindicado.
– O seu uso externo por pessoas com pele sensível é contraindicado.
– Pode levar a hemorragia em mulheres grávidas, provocando o aborto.
Dose Utilizada:
* Fitoterápico:
– Infusão: 2 a 3g de folhas secas em 1 litro de água. Ingerir 2 xícaras (chá) por dia.
– Vermífugo: 20g de arruda para 1 litro de azeite comestível. Ingerir 2 a 3
colheres (chá) por dia.
– Tintura: 1 copo de folhas frescas picadas em 1 litro de álcool (contra sarna).
– Cataplasma: varizes e flebite.
– Decocção: utilizar 100g de planta fresca em ½ litro de água. Fazer lavagem nos olhos.
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