A origem do nome “Bolsa-de-pastor” vem do latim, “Capsella”, diminutivo de “capsa”, cápsula e “bursa-pastoris” que é expressão latina significando bolsa-de-pastor e refere-se ao tipo de frutos. Seus efeitos são adstringentes e vasoconstritor.
Capsella bursa-pastoris (L.) MEDIK.
O gênero Capsella consta de cinco espécies de ervas robustas, anuais ou bienais, encontradas ao longo de áreas temperadas e mornas. Capsella bursa-pastoris é uma planta herbácea, raramente apresentando uma altura maior que 50 cm. Supõem-se que a planta seja originária da Europa e disseminada a vários países durante a colonização, mas a literatura européia também a trata como adventícia. De qualquer forma, hoje está vastamente dispersa pelo mundo, em regiões de clima temperado e subtropical, ocorrendo principalmente em locais de maior altitude. No Brasil a ocorrência não é grande, sendo mais intensa na Região Sul. Na Argentina também ocorre a espécie Capsella rubella, bem como plantas de aspecto intermediário que podem ser híbridos.
É uma espécie bastante polimorfa, especialmente em relação ao tamanho e à forma das folhas e dos frutos. Na parte basal da planta encontra-se uma roseta de folhas, com as maiores atingindo até 15 cm de comprimento, sendo curto-pecioladas e apresentando margens com segmentos denteados que podem ser consumidas como verdura. Da base da planta elevam-se um ou mais caules pobremente enfolhados e na parte superior apresentam a inflorescência na forma de racemos. O florescimento é continuado enquanto continua o desenvolvimento da planta, de modo que ocorrem flores na parte terminal enquanto frutos já se desenvolvem na parte inferior.
Colhe-se o caule com folhas no começo da floração (Herba bursae-pastoris), cortando-o à mão com a roseta de folhas terrestres. Após uma limpeza, procede-se à secagem em camadas finas e voltando freqüentemente as plantas, a uma temperatura inferior a 40°C. As plantas são depois conservadas em local seco dentro de invólucros fechados. Contêm colina, acetilcolina, um alcaloide, a bursina, ácidos orgânicos e taninos. Têm um efeito adstringente e vasoconstritor, sendo usadas para parar hemorragias estomacais, pulmonares e para diminuir sangramentos nas menstruações, na puberdade, na menopausa, bem como menstruações exageradas em geral e também para reduzir varizes e hemorroidas. É ainda usada para tratar catarros gastrintestinais. A bolsa-de-pastor tem efeito diurético e atua sobre os músculos uterinos lisos sendo por isso usada contra as hemorragias uterinas e as perturbações renais ou urinárias. Consome-se sob a forma de maceração a frio, na proporção de 6 colheres de chá de plantas para duas chávenas de água; deixar macerar durante 8 horas, filtrar e tomar dia sim, dia não. Em doses elevadas, a bolsa-de-pastor tem efeito tóxico. Em aplicações externas, a bolsa-de-pastor é usada para a limpeza de feridas, contra as erupções cutâneas e eczemas devidos ao calor excessivo.
Preparações com a planta (Herba bursae-pastoris) tem aceitação oficial pela Comissão E, do Ministério da Saúde da Alemanha (Bundesgesundheitsamt), com indicação para tratamento sintomático de menorragia e metrorragia leves, para uso tópico em sangramentos nasais e para uso externo em feridas que sangram.