É uma planta não trepadeira que atinge a altura de cerca de um metro. É um “vegetal do verão”. A Clematis recta segue o curso dos grandes rios – Elba, Vístula, Danúbio – e isso está de acordo com a afinidade geral das Ranunculáceas para com a água. Nestas regiões onde a planta nasce, ela escolhe os terrenos calcários, declives dos bosques e locais rochosos.
Clematis recta L.
Surgindo a partir de um rizoma nodoso, ela oscila entre a consistência herbácea e a consistência lenhosa; suas folhas são opostas e pesadas. O vegetal termina numa inflorescência de numerosas flores aéreas e odoríferas. O crescimento, interrompido durante a floração, é retomado nos grandes estiletes plumosos que persistem no fruto. As flores, com quatro pétalas, são branco-azuladas.
Ao tentarmos, em imaginação, metamorfosear a Pulsatilla, planta do inverno, em Clematis, planta do verão, devemos esperar que esta última apresente uma característica mais terrestre, dura e espessa; sua inflorescência também será mais elevada, frouxa, e mais fina e sutil. O princípio inflamatório será mais forte, provocará inflamações artificiais, terapêuticas.
Da mesma maneira que a Pulsatilla é um remédio para a esfera genital feminina, a Clematis recta é utilizada na Homeopatia para combater as afecções genitais masculinas, tais como Orquite, Epididimite, inchação dos testículos e endurecimento dos mesmos.
Os órgãos sexuais femininos estão mais próximos do sistema rítmico e os masculinos, do sistema metabólico.
Rudolf Steiner mencionou em relação aos órgãos sexuais femininos, como “coração”; em relação aos masculinos, que se constituem órgãos acessórios do sistema Metabólico. Nos órgãos sexuais femininos reinam as forças cósmicas planetárias; nos masculinos, as forças telúricas de dissolução.
A harmonização das forças lunares e solares é, como dissemos, um dos princípios da família das Ranunculáceas. É essa harmonização que permite aos processos foliares (rítmico e solar) introduzirem-se sem esforço na esfera floral, que é lunar, devido aos seus ritmos reprodutores.
Este equilíbrio é mais rítmico nas plantas da Primavera e mais metabólico nas plantas do verão; as plantas da primavera são mais cósmicas e as do verão, mais terrestres.