O Jagube – Banisteriospsis Caapi, é um cipó nativo da região Amazônicas, conhecido também por diferentes nomes como Mariri, Yagé, liana ou Caapi. A associação do Jagube (Banisteriospsis Caapi) com a Chacrona (Psychotria viridis), constituem a matéria-prima na produção da Ayahuasca, conhecida também como Daime, Yagé,Vinho das Almas, Hoasca, Oaska, Daime, Vegetal e Caapi.
A Ayahuasca é utilizada nos rituais de xamanismo de muitas tribos indígenas da Amazônia, tendo sua sua expansão nos meios urbanos na segunda metade do século 20, nascendo diversas linhas religiosas que fazem o seu uso.
Aspéctos Botânicos
Trepadeira lenhosa com ramos longos, lenticelados e ramificados. As folhas ficam dispostas nos ramos de maneira oposta e dística, com forma oval, lisas na parte superior e pilosas na parte inferior, onde podem ser encontrados nectários foliares (estruturas secretoras de néctar).
Sua Inflorescência é paniculada nas axilas superiores com flores vistosas de coloração rosada, diclamídeas, monóclinas, de simetria actinomorfa, cálice pentâmero e dialissépalo, dialipétala com 5 pétalas.
As sementes de B. caapi possuem alas que facilitam sua dispersão pelo vento, sendo esta característica uma evolução das angiospermas, as alas permitem que essas sementes sejam sopradas de um lugar para outro.
Nome científico: Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb.) CV Morton
Nome Popular: Jagube, Mariri, Cabi, Caupurí
Família: Malpighiaceae
Malpighiaceae está representada por 75 gêneros e 1.300 espécies, com distribuição tropical e subtropical, sendo que no Brasil, ocorrem 38 gêneros e aproximadamente 300 espécies. A família é facilmente reconhecida pela presença de nectários extraflorais e apresenta grande potencial econômico, como fonte de produtos alimentícios, medicinais, madeireiros, ornamentais, além de outros.
Ocorrência: Argentina, Bolívia, Brasil (Amazonas, Acre, Rondônia, Pará), Colômbia, Costa Rica, Equador, Panamá, Peru, Venezuela.
Parte Utilizada: Casca dos ramos
Composição Química:
Contém alcalóides β-carbolinas inibidoras da MAO (enzima monoaminoxidase), sendo que os de maior concentração são: harmina, harmalina, tetra-hidro-harmalina. A concentração desses alcalóides varia de 0,05% a 1,95% .
Indicação:
A infusão dos ramos de B. caapi com as folhas de Psychotria viridis resultam no chá popularmente chamado de Ayahuasca, que é indicado para aliviar os sintomas de perturbações neurológicas em pacientes que sofrem da doença de Parkinson, auxilia no tratamento de dependentes químicos, recuperação de quadros de depressão, ansiedade fóbica, fortalece o sistema imunológico, aumenta longevidade e vigor físico.
As Fontes Botânicas Do Jagube:
Os primeiros estudos botânicos que descreveram sobre as espécies utilizada no feitio da Ayahuasca foi em 1851, quando o botânico inglês Richard Spruce coletou alguns espécimes do cipó utilizado por índios brasileiros da tribo Tukano na confecção da Ayhausca, sendo classificada como Banisteria caapi.
Em 1931, Morton reclassificou os cipós como Banisteriopsis caapi.
Schultes relata que esta planta é o principal componente utilizado na preparação da bebida, existindo, porém, o uso em menor escala das espécies: B. longialata, B. lútea, B. martiniana e B. Muricata. (B. = Banisteriopsis).