Ele é o mais imponente, um verdadeiro “Eu dos cardos”! Provavelmente originário dos mesmos locais que os outros cardos já estudados, ele passou pela Inglaterra e Escócia para se difundir por toda Europa central, Rússia meridional, até a Ásia ocidental, se bem que no Oeste da Europa, ela só apareça raramente. As dunas arenosas ao bordo do mar, a planície húngara, a Ucrânia, todos os países com breves chuvas de primavera seguidas de um verão seco e ensolarado, agradam o Onopordon; então ele forma verdadeiras “florestas”.
Onopordon acanthium
O Onopordon é o cardo que se aproxima mais do tipo. Da semente que cai no outono brota inicialmente uma vigorosa roseta de folhas que alimentam o crescimento de uma forte raiz Pivotante. A planta começa a conquistar as profundezas e o plano horizontal. Suas folhas são longas e largas, com bordos de grandes lobos triangulares, e ritmicamente ondulados. As nervuras dessas folhas continuam além do bordo, e se endurecem formando espinhos. Essas folhas, de um verde prateado, se dispõem em triângulos. Na primavera seguinte, a roseta assume ainda mais importância, até que no começo do verão, um potente impulso leva a folha para o alto. A diástole ou expiração se sucede a uma longa sístole ou aspiração (que simbolizam a profundidade e a largura). A vertical, o princípio-caule, reina doravante, entretanto com ramos secundários cheios de força. A planta ultrapassa a altura de um homem sem parar de irradiar, até que produza grandes capítulos esféricos, providos de espinhos.
A força foliar penetrada na região dos caules, produz, ao longo deles, grandes asas, inchadas, espinhosas, com dois lados; ao limbo desaparece pouco a pouco nessa formação de asas caulinares, até que restem apenas lobos terminais saídos do caule. Mas o princípio-folha permanece até a ponta extrema de cada ramo, e passa finalmente ao capítulo. Este surge a partir de um colarinho composto por uma multidão de floretas tubulares rosa-violeta, estreitas, e profundas. Ele emana um perfume sutil, delicado e nobre.
O Onopordon é o mais rítmico de todos os cardos. O que o caracteriza é a relação completa entre um rico aparelho foliar e uma abundância de flores, o equilíbrio dinâmico entre o baixo e o alto, a síntese dos ritmos foliares (etéricos) e florais (astrais). Rudolf Steiner ensinou a preparar a flor de Onopordon, associada com a flor de Primula e Hyosciamus, em um importante remédio para o órgão rítmico por excelência, o coração, desde que ele esteja perturbado. Como flor, o capítulo do Onopordon age sobre o metabolismo através de suas substâncias aromáticas amargas, ele atrai o corpo astral e o eu nos processos etéricos do metabolismo (estimulando-os) na direção do sistema rítmico e leva para o ritmo orgânico suas forças estruturantes. Efetivamente, o conflito entre as forças plasmático-fluidas, e as forças estruturantes-luminosas conferem a essa planta a sua característica típica.