Primula veris L./Syn.: Primula officinalis (L.) HILL.
O gênero Primula inclui aproximadamente 400 espécies de plantas perenes que ocorrem principalmente em áreas temperadas e montanhosas do hemisfério do norte. Primula veris é encontrada na Europa e Ásia ocidental e Primula vulgaris na Europa, Ásia do norte e no Cáucaso. Elas medram nas margens dos caminhos e também se adaptam bem em gramados. Devem ser cultivadas separadamente para evitar hibridação. Muitas prímulas são cultivadas como ornamentais, para uma variedade de ambientes que incluem locais úmidos como bordas de lagos e locais secos como jardins de pedras.
Primula veris é uma planta herbácea perene com uma roseta de folhas sustentada por um curto rizoma e uma densa rede de raízes fasciculadas. No princípio da Primavera, aparece uma haste nua com uma umbela de flores amarelas. A primavera cresce nos prados, nas pastagens e nas florestas da Europa e da Ásia. É cultivada nos jardins, tanto na sua forma selvagem como em numerosas formas hortícolas. É uma espécie protegida em certos países.
Para fins terapêuticos, colhe-se a flor, que é secada suavemente, em camadas finas, de preferência num secador, a menos de 40.C. Nas culturas hortícolas ou nos campos, colhe-se por vezes também o rizoma e as raízes. As flores contêm pigmentos flavônicos (quercitina), também saponinas e salicilatos (como na aspirina). As raízes são relativamente ricas em primulasaponina, com um composto açucarado (aglícono) chamado primulagenina A e B, ácido glicurônico e outras substâncias. Ambas as drogas são fortemente expectorantes, sedativas, relaxa espasmos e ligeiramente diuréticas. São usadas como adjuvantes em caso de inflamação das vias respiratórias superiores (bronquite crônica ou aguda), tosse seca, tosse aguda, artrite, insônia, enxaqueca e inquietude (especialmente em crianças). A indústria farmacêutica fabrica extratos, infusões e gotas de primavera; a dose quotidiana recomendada é uma infusão de 10g de partes ativas para duas chávenas de água. Flores frescas também são acrescentadas em saladas e ainda usadas para fazer uma espécie de vinho e chá. Não deve ser dado durante gravidez ou para pacientes sensíveis a aspirina ou tomando remédios anti-coagulantes.
Primula veris e Primula vulgaris têm uma longa história de uso como ervas medicinais. A mais antiga é a recomendação de Plinio para paralisia, gota e reumatismo, e de Culpeper para a cura de feridas. Primula veris era conhecida como erva da paralisia e raiz artrítica, por causa de seu uso difundido, datando desde os tempos medievais, para condições que envolvem espasmos, cãibras, paralisia e dores reumáticas. Culpeper também prescreveu as flores, misturadas com nutmeg, para “todas as debilidades da cabeça”, e se referiu ao uso das folhas em cosmética “por nossas damas da sociedade para aumentar a beleza e tratar rugas da pele, sardas e manchas devido ao sol-ardente”. Até que as Primulas ficassem bastante raras neste século, por perda de habitat e hábitos de cultivo, as flores eram colhidas a cada primavera para fazer um vinho que era, em grande parte, usado como um sedativo e calmante dos nervos. Ambas as espécies tem componentes semelhantes que podem ser usados alternativamente; estes incluem saponinas que tem um efeito expectorante e salicilatos (como na aspirina). Hoje Primula veris é a mais amplamente usada. Uma espécie semelhante, muito próxima da primavera, P. elatior, tem flores maiores, amarelo-enxofradas, com cálice menos desenvolvido. Contém as mesmas substâncias e é também colhida.