É uma planta medicinal e ornamental, muito usada em quebra-ventos e cercas-vivas. Apresenta-se como um arbusto de brilhantes folhas ovais, que produz delicadas flores brancas muito perfumadas, e frutos escuros e redondos.
Sambucus nigra
Nome Popular: Sabugueiro – da – Europa, acapora, sabugonegro, sabugueirinho, sabugueiro – do – rio – grande.
Família: Caprifoliaceae.
O chá das flores secas do sabugueiro é utilizado contra resfriados, gripes, anginas e nas enfermidades eruptivas, como sarampo, rubéola, varíola e escarlatina, por provocarem rapidamente a transpiração. O chá das cascas, raízes e folhas é indicado para combater a retenção de urina (efeito diurético) e o reumatismo. Além disso, o chá da frutinha purifica o sangue e limpa os rins.
As propriedades do sabugueiro são admiradas desde os tempos de Hipócrates (século 5 a.C.), considerado o maior médico da antiguidade.
Princípios ativos : tanino, alcaloides ( sambucina), flavonoides, glicosídios e sais minerais (potássio).Diurético, combate gripes, tosses e bronquite. Recomendada para reumatismo, artrite, gota e dor da ciática. Bom laxante intestinal. Muito usado pela população no Brasil para combater catapora, sarampo e escarlatina. Medula deste arbusto é aproveitada na técnica microscópica e em experiências de física eletrostática.
Aspectos Agronômicos:
O plantio é feito por estacas de galhos, ou raízes e por sementes, em solo fértil e clima temperado quente. Plantado, deve-se obedecer o espaçamento de 3 x 2m.
A entrecasca deve ser coletada antes que a planta retorne ao novo estado vegetativo e as flores são colhidas quando o seu florescimento, na estação fria, de preferência, no dia comemorativo de São João ou na véspera, à noite, desse dia. Também podem ser colhidas entre os dias comemorativos de São João e São Pedro. O fruto é retirado quando há o seu amadurecimento.
Parte Utilizada: Casca, folha, flor, fruto e raiz.
Constituintes Químicos:
– Flores: óleo essencial: 0,025 a 0,14%;
– Flavonóides: eldrina, isoquercetina, rutina, etc; Traços de glicosídeos cianogenéticos (sabrinigrina); taninos; mucilagens;
– Polifenois: ácido clorogênico e caféico.
– Frutos: compostos flavônicos, rutina, isoquercetina; ácidos orgânicos: cítrico, málico, tartárico;
– Antocianosídeos: crisanthemina e sambucianina;
– Glicosídeos cianogenéticos: sambunigrina; açúcares redutores: 4 a 5%; pectina;
– Taninos: 3%; traços de óleo essencial; vitaminas A e C.
– Folhas: alcalóides (samburcina); triterpenos; sambunigrina; colina; traços de óleo essencial.
Origem: Europa, Ásia e África do Norte.
Aspectos Históricos:
Esta planta era conhecida pelos gregos por suas propriedades terapêuticas. Foram encontrados alguns vestígios desta árvore em sítios arqueológicos da idade da pedra na Suíça e norte da Itália.
Na Europa popularizou-se a partir do século XVI como planta decorativa. Nos meios rurais com seus frutos preparam-se doces com uma bala cor vermelho – violácea.
Uso:
* Fitoterápico:
Tem ação: diurética, emoliente, vulnerária, mucilaginosa, diaforética, antiespasmódica, anti-reumática, depurativa e galactogoga, purgativa, antinevralgica, laxativa, antigota e antiedematosa.
É indicada:
- insuficiência hepática;
- icterícia;
- gastralgias;
- tosses catarrais;
- resfriados, gripes, amigdalite, rouquidão, laringites;
- febre;
- sarampo, rubéola;
- escarlatina;
- inflamações e dores de ouvido;
- reumatismo, gota;
- fermentações e males intestinais;
- males dos rins e da bexiga;
- hidropisia;
- hemorroidas;
- erisipela;
- feridas e outras afecções da pele.
* Fitocosmético:
- peles secas;
- queimaduras do sol.
* Farmacologia:
A rutina, presente nas folhas e frutos, atua sobre a permeabilidade capilar, tonificando os vasos capilares, estimulando a circulação na área aplicada, agindo por irritação local.
Combate o catarro das vias respiratórias superiores, desobstruindo as vias aéreas, reduzindo o excesso de muco. As mucilagens desenvolvem uma ação emoliente e demulcente, protegendo o tecido inflamado e irritado.
A raiz fornece uma substância resinosa de efeito purgativo muito eficaz no tratamento da hidropisia abdominal. (Teske; Trenttini; 1997).
Riscos:
Evitar utilizar doses acima do recomendado.
Os frutos verdes são tóxicos quando ingeridos.
Podem causar espasmos e irritações estomacais e intestinais.
Infuso : 10 gramas de erva jogando por cima 100 ml de água fervida. Deixar descansar tampado 10 minutos. Tomar 3 vezes ao dia.
Banho de imersão (uso externo): Dobrar a quantidade de erva do procedimento anterior, e misturar na água de banho.
Em casos de otite e otalgias, e também sinusites, recomendada a inalação de vapores da infusão de sabugueiro.
Cosmética A infusão de sabugueiro é usada para clarear e amaciar a pele, em cremes contra rugas, loções tônicas e loções para os olhos. Receita creme de proteção para trabalhos pesados: 4 colheres de sopa de vaselina e dois punhados de flores frescas de sabugueiro. Derreter a vaselina em fogo brando e juntar-lhe as flores de sabugueiro. Deixar macerar durante 45 minutos, derretendo a vaselina sempre que esta se solidificar. Aquecer e coar com uma peneira passando para um frasco com tampa de rosca. Deixar esfriar e fechar.
Uso caseiro: Já se empregou sua madeira na confecção de instrumentos musicais.É muito usado no Brasil contra sarampo e catapora em banhos e infusos, mas não há referências experimentais ou científicas que confirmem ou excluam esse fato. Muito utilizada para arranjos de flores secas para formar buquês.
Uso culinário: Com os frutos se faz uma bebida alcoólica e certos fabricantes usam flores para dar gosto de moscatel ao vinho comum. Bagas combinam também com preparação de maçãs, guisados, pastéis, tortas e xaropes.Aromatizador de compotas de frutas, saladas, pudins gelatinosos.
Uso mágico: Acreditava-se que mantinha as bruxas a distância.
Efeitos colaterais: O sabugueiro só deve ser usado seco, pois a erva fresca pode ser tóxica.
Uso Interno:
Flores secas: 2 a 4g, três vezes ao dia ou por infusão.
Decocto: fruto – 8%. Tomar 2 a 3 xícaras.
Folhas: 2 colheres de sopa de folhas por xícara de água. Tomar
3 vezes ao dia como laxativo.
Raiz: 30g por litro de água. Reduzir pela metade do decocto à
ebulição. Tomar 1 a 2 xícaras ao dia como laxativo.
Extrato fluido em álcool 25%: 2 a 4mL, três vezes ao dia.
Tintura: 2 – 4mL ao dia, dividindo em até 3 doses. Pode ser
feita com flores.
Extrato aquoso: 0,20g a 1g por dia.
Uso Externo: Infuso ou decocto: 10%.
Fitocosmético:
Extrato glicólico: loções tônicas e hidratantes – 5 a 20%.
Bibliografia:
-Balbach, A. As Plantas Curam. Itaquaquecetuba: Vida
Plena, 2ªedição, 1997, p. 180.
-Corrêa, A.D.; Batista, R.S.; Quintas, L.E.M. Do Cultivo à
Terapêutica. Plantas Medicinais. Petrópolis: Vozes, 1998, p.182.
-Martins, E.R.; Castro, D.M.; et all. Plantas
Medicinais. Viçosa: UFV, 2000, p. 164 – 165.
-Panizza, S. Cheiro de Mato. Plantas que Curam. São
Paulo: IBRASA, 1998, p. 178-179.
-Sanguinetti, E.E. Plantas que Curam. Porto Alegre:
Rígel, 2ªedição, 1989, p. 172-173.
-Teske, M.; Trenttini, A.M.M. Compêndio de Fitoterapia.
Paraná: Herbarium, 3ªedição, 1997, p. 246-248.