A Thuja pertence ao grande grupo das Gymnospermas que compreende os Pinheiros, Cicas, Gingkos, Efedras e outras plantas muito antigas, cujas flores ainda não apresentam envoltórios. A Thuja é um pinheiro que faz parte do grupo dos ciprestes.
Thuja Occidentalis
O desenvolvimento da Thuja ocorre da seguinte maneira: depois de 4 a 5 semanas, as sementes dessa planta germinam produzindo um broto com duas pequenas folhas em forma de agulha. Durante essa fase ela é tão semelhante aos Juníperos que é impossível distinguirmos essas duas plantas. Essa plantinha vai crescendo e se apresenta no final do primeiro ano de vida como uma pequena planta formada por folhas em forma de agulha. No segundo ano de vida surge um ramo contendo folhas diferentes das iniciais, que eram em forma de agulha, e esse ramo passa a apresentar folhas em forma de escama que revestem o caule. Esse ramo irá constituir a árvore adulta. Se por acaso esse ramo não apresenta escamas que o revestem, mas folhas em forma de agulha, então essa planta será estéril.
Consideremos a fase inicial de desenvolvimento da Thuja, que se inicia com a germinação da semente e termina com a formação desse ramo contendo folhas em forma de escama. Nesse período a Thuja é um pinheirinho muito indiferenciado, com folhas em forma de agulha e impossível de ser distinguido de outros pinheiros. A Thuja apresenta, no início de seu desenvolvimento, uma forma bastante primordial e embrionária. Quando finalmente surge o broto com escamas, a planta parece formada por uma parte mais rústica, mais embrional e em cima dela surge uma planta muito mais diferenciada. Se essa planta inicial se mantiver inalterada durante o desenvolvimento vegetal, a Thuja será estéril.
Essa forma inicial, primordial e embrionária, exprime um processo de vitalidade inespecífico. A Thuja é utilizada como vitalizante. Rudolf Steiner indica a Thuja “nos casos onde a vida se apaga“.
Ao observarmos o desenho acima, podemos notar que a Thuja, no início de seu desenvolvimento, possui uma estrutura muito simples (I) e, a partir dela, surge no segundo ano de vida uma nova planta, muito mais diferenciada (II). A estrutura inicial da Thuja pode ser relacionada com o protalo de uma Pteridófita e a forma adulta da Thuja, capaz de produzir flores, com o esporófito, ou seja, com a fase mais diferenciada das Pteridófitas. A Thuja recapitula o processo de libertação do protalo. Uma estrutura vegetativa embrional, simplificada e menos elaborada, tal como o protalo, dá lugar a uma estrutura mais diferenciada, estrutura essa capaz de dominar aquela vida mais embrional e pouco diferenciada.
Esse processo nos indica claramente a utilização da Thuja nos casos em que o organismo é agredido por uma vitalidade com características de indiferenciação, uma vitalidade como que embrional, que não se transformou, é o caso da vitalidade dos vírus da varíola. Quando o organismo humano não consegue transformar e eliminar essa vida primitiva inoculada através da vacina, surgem seqüelas da vacinação. Nesses casos a Thuja é utilizada como um excelente medicamento capaz de incitar o organismo a metamorfosear, superar e eliminar essa vitalidade estranha. Uma vitalidade primitiva que não consegue se metamorfosear, também pode ser observada na formação de verrugas e crescimentos esponjosos de natureza semelhante. Também nesses casos a Thuja age como um medicamento eficaz.
Processo de Libertação do Princípio Folha
A Thuja, durante o seu desenvolvimento, manifesta-se inicialmente com uma forma menos diferenciada e, a seguir, as folhas em forma de agulha regridem e surgem folhas muito pequenas em forma de escamas aderidas aos galhos das plantas. A Thuja, durante o seu desenvolvimento, dá um salto do domínio foliar (folhas em forma de ponta) para o domínio floral (planta com escamas); nessa estrutura há possibilidade de formação de flores.
Na Thuja o processo de formação de folhas em forma de ponta regride. Para onde vai esse processo? Nas Angiospermas, plantas que produzem flores com pétalas e sépalas – e esse não é o caso da Thuja que é um pinheiro e, portanto, não tem pétalas nem sépalas – começa a ocorrer uma regressão no desenvolvimento das folhas no período que precede a floração.