Imagine você uma carruagem puxada por um belo par de cavalos fortes, livremente por uma estrada.
Os cavalos são fortes e estão acostumados a guiar-se por si mesmos, a irem aonde desejam ir. Estão acostumados a correr por esta estrada da forma que bem entendem. Eles realmente pensam que são os donos da estrada. Vão aonde querem, da forma que querem e quando querem.
Assim eles prosseguem por anos a fio, até que um dia, para total surpresa do belo par de cavalos, eles começam a escutar uma voz que parece vir de dentro da carruagem. A voz diz: PAREM!
Os cavalos fortes se assustam a princípio, raciocinam um pouco e dizem a si mesmos: DEVE SER SOL DEMAIS.
A voz ordena novamente e agora com mais força: PAREM!
Os cavalos levam um susto ainda maior, mas desta vez percebem nitidamente que há um passageiro na carruagem e oferecem grande resistência às ordens que lhes foram dadas, pois estão acostumados a ser senhor e não súdito.
O passageiro então apanha as rédeas com as mãos e a puxa com força. É travada uma batalha entre os cavalos e o passageiro, até que os cavalos fiquem obedientes e façam exatamente a vontade do passageiro.
A partir daí os cavalos começam a cumprir a risca as ordens deste passageiro e tudo fica muito, muito próspero, até a saúde dos cavalos fica perfeita.
Bom, os dois cavalos fortes são o teu cérebro e a tua mente racional. Teu cérebro e tua mente racional é que é o ego. Até hoje ambos vêm te dominando, são eles que vêm dando as ordens e estão acostumados a fazer apenas a própria vontade.
A carruagem é o teu corpo, o teu aparelho físico. Nada mais que um veículo para o passageiro experienciar o mundo da matéria.
E o passageiro é você, a mente espiritual. Você é aquele que não precisa pensar, porque se pensou não é você. A consciência espiritual já é uma e o passageiro, é você!
Compreende agora?
Mas não se esqueça, o passageiro precisa começar a puxar as rédeas dos cavalos.
Então que tal usar aquilo que fortaleça o passageiro e não aos cavalos?
Eu disse a pouco que: Pensou, não é você!
Sei que isto pode soar de uma forma estranha a você, até porque você está acostumado a pensar sempre. Então eu proponho a você que faça uma experiência comigo, neste exato momento.
Quero que você escolha um objeto e o olhe fixamente. Com o seu dedo indicador, o fura bolo, aponte para o objeto escolhido e mantenha o dedo apontado.
Conclusão: Você está vendo um objeto fora de você e ainda o está apontando com o dedo. Certo?
De novo, escolha outro objeto e aponte para ele e é para manter o dedo apontado!
Conclusão: Novamente você vê um objeto fora de você e ainda o aponta com o dedo. Certo de novo?
Agora olhe para o teu corpo. Você consegue ver o teu corpo, mesmo não o enxergando por inteiro você o vê.
Olhe para o teu pé e aponte o indicador para ele.
Conclusão: Você está vendo o lado de fora do teu pé e ainda apontando para ele! Não é?
Agora olhe o teu joelho. Aponte o indicador para o teu joelho.
Qual é a conclusão? Você está vendo o lado de fora do teu joelho e ainda está apontando para ele. Não é?
Agora ponha o teu indicador exatamente na frente dos teus olhos e aponte para você. O que você vê? O teu dedo!
Então cadê você?
Você pode até alegar que você está aí dentro do corpo, mas isto não pode ser verdade porque só enxerga fora àquele que está de fora. Acaso você estando no fundo de uma caverna fechada consegue enxergar o que tem lá fora? Sabe que não, no máximo estará usando a faculdade da memória. Este conceito pode lhe surpreender, mas é verdadeiro.
Quer ver só, feche os teus olhos. Veja o teu coração. Consegue ver o teu coração? Claro que não!
No máximo você estará usando a tua memória, relembrando da figura de um coração que tenha visto numa revista ou vídeo.
Você não pode ver o teu coração porque ele está na parte de dentro e você não. As partes de dentro você não enxerga. Mas as coisas externas você enxerga e muito bem!
Por que então você enxerga as coisas externas?
Responda-me agora: Onde você está? Porque dentro deste corpo você não está!
Você, que é aquilo que não pensa, está sim conectado ao corpo e se manifesta através desta carruagem.
São conceitos como estes que vão integrar o terceiro milênio. Aqueles que insistirem em permanecer na ilusão do ego e nos vícios não terão espaço para coexistir com as verdades absolutas do povo da nova era.
Já observou como uma criança pede comida?
Tão logo ela tenha aprendido a verbalizar um pouco, como a criança pede comida a sua mãe?
Acaso ela diz: estou com fome? Não!
Ela diz: Eduardo está com fome.
A mãe retruca na hora: Eduardo está com fome não, você está com fome!
A criança estranha teus pais afirmarem aquelas coisas e ainda insiste: Eduardo está com fome.
Sabe por que a criança se expressa assim? Porque toda criança nasce sabendo que aquele corpo e aquela mente pensante não é ela.
A criança nasce sabendo quem é, ela tem identidade. É nato em toda criança, saber que ela está muito além do corpo e daquela mente racional.
Mas, nada demora em que os adultos comecem a recriminar insistentemente a criança e inclusive se impondo sobre ela com suas afirmações racionais: Eduardo está com fome não, é você quem está com fome!
A criança ainda é criança! Encontra-se em um estado frágil.
De tanto o adulto se impor termina por massacrar a identidade da criança, que daí para frente começa a aceitar a falsa identidade relativa ao nome que lhe deram na Terra e de que ela é o seu corpo e a sua mente pensante.
Mas então quem é você e onde está?
Porque o teu corpo é apenas um aparelho sensorial que permite a você, experienciar os momentos no mundo da matéria. A tua mente pensante e racional embora seja energia consciente foi criada por você que é aquele que não precisa pensar, no momento da reencarnação. Teu cérebro e tua mente racional e pensante são apenas ferramentas daquele que não precisa pensar, porque já é uno com a GRANDE MENTE.
Ela é pensante e se pensa também não pode ser você. O ego é quem se manifesta através da razão, do lógico, dos pensamentos. E o ego não é você e na verdade é o lado escuro teu, se não for dominado.
Você está muito além deste corpo e desta mente. Você é muito mais do que este corpo e esta mente. Mas então, quem é você e onde está?
É para a obtenção destas respostas que o xamanismo encaminha você. Somente na integração cósmica é que saberá.