Viver de Luz em Verdade

Outra Visão – 107 dias sem beber ou comer.

28 de Janeiro de 2011

Hoje, sábado 28 de Janeiro de 2011. Faz exatamente 107 dias que me alimento exclusivamente de fóton que absorvo pelos olhos e o prana que absorvo pela respiração.

Estou aqui na fazenda. Logo de manhãzinha após um farto café da manhã de muito “fóton e prana”, descendo para as atividades do dia, um bando de gralhas azuis sobrevoando me acompanhou até a porteira. Dali um beija flor do peito vermelho escarlate sobrevoando seguiu-me até o pátio da fazenda. Próximo à entrada da igreja grande fui recebido por uma chuva de folhas que vinham das árvores, o sol ficou mais dourado e toda floresta ficou verde vivo. Este é o sol conhecido como sol das almas. Eram os sinais conversando com um velho, era PAPAI DO CÉU dando um olá. Sorrindo observei todos os fiscais cumprindo bem suas funções, cada um deles conscientes do seu comprometimento com a luz. Muito feliz iniciei as atividades do penúltimo dia do curso de formação de novos padrinhos e madrinhas. Uma boa turma devo acrescentar. Fizeram a faxina de todas as manhãs e em seguida homens e mulheres, unidos, colaboraram para lavarem panelas, trazerem para dentro da igreja grande um bom fogão industrial, facas, temperos, conchas, colheres de pau e caixas de mandioca. Descascaram e lavaram toda mandioca. Então houve uma boa palestra muito clara, objetiva e após, outro beija flor, desta vez verde e dourado, entrou voando dentro da igreja junto de uma borboleta marrom com grandes olhos desenhados nas asas ao mesmo tempo em que um nambu cantou… Mais sinais conversando com um velho. Todos comungaram ayahuasca e assentaram. Realizavam seu trabalho espiritual enquanto a mandioca cozinhava. Em 30 minutos o cheiro da mandioca já aquecida tomava conta do ambiente. Ao meio dia, acompanhado de um suco gelado mesclado de maça, laranja e couve, todos beberam, comeram, se fartaram. Com os olhos brilhantes estavam agradecidos e reconheciam de fato o grande valor das bênçãos da mãe da terra.  Depois uns deitaram, outros assentaram e outros ainda ficaram bailando, mas em comum todos tinham a felicidade plena. O dia seguiu lindo e de vez em quando dava uma boa cachimbada. Á noite outra palestra com mais ensinamentos e após exercício das pedrinhas. Durante o dia, o que experienciaram no ritual levarão com eles para o resto de seus dias. Então com o sentimento de missão cumprida, subi para minha casinha na colina no meio dos pinheiros. Na sala amarela de minha casa, após orar em agradecimento, já em teta, entrei em profundo estado de meditação e em pouco as mirações começaram.

 O que vi e experienciei

Vi duas grandes escadas luminosas, ambas compridas e majestosas que subiam retas sentido ao céu. Era visível o inicio e o fim da primeira escada, mas da segunda apenas o começo dela e um pouco a mais podia ver, pois dali pra cima havia um sol que limitava minha visão. No início da primeira escada estava o planeta Terra e se fazia visível as quatro raças da humanidade: A branca, a negra, a amarela e a vermelha. Então vi cidades dos diversos países do planeta e que uma grande e mortífera tempestade com nuvens cinza escura e vermelha fogo, formadas por fuligens radiativas e tóxicas derramavam águas ácidas. Algumas cidades de alguns países já haviam sido atingidas e desapareceram. Contudo a humanidade restante das quatro raças ainda na Terra, cada um pensando em si mesmos se ocupavam, uns em ajuntar bens materiais e dinheiro. Outros armados se ocupavam em vingança. Outros viciados no álcool e nas drogas se ocupavam em buscar por mais álcool e drogas. Outros em adquirirem títulos e fama. Outros se ocupavam em adquirir roupas de etiquetas famosas e carrões. Outros se ocupavam com a aparência e cirurgias de aparência. Outros ainda, com a bíblia nas mãos se ocupavam em pregações de um DEUS poderoso que traria a salvação aos que crerem em sua igreja e os livrariam da fúria de satanás. Eram aqueles das quatro raças ainda presos na ilusão de maia, e aferrados no ‘ter’ se recusavam a ver e ouvir aquilo que é tão óbvio.

E ainda observando vi que ao fim da primeira escada havia um patamar e em seguida começava os degraus da segunda escada. Eu estava no primeiro degrau da segunda escada e sentia que arrastava um grande peso escada acima. Em minha cintura havia uma larga e grossa cinta prateada brilhante. Foi quando percebi nos degraus uma comprida corda branca luminescente que seguia sobre a segunda escada até onde me permitiam ver. Então me dei conta de que da parte de trás da cinta prateada brilhante de minha cintura saia uma grande corda prateada luminescente que descia sobre toda a primeira escada até seu primeiro degrau. Acima do meio da primeira escada, vi que havia uma multidão que segurando na corda prateada luminescente que saída da cinta de minha cintura, se esforçando encontravam forças para subir degrau após degrau. Embora o esforço que faziam estavam todos felizes.  Então me voltei para a segunda escada e os degraus acima de onde estava. Peguei com as mãos a corda branca brilhante que seguia degraus acima e o intenso peso que arrastava aliviou-se. Segurando a corda branca brilhante e esforçando-me, subi para o segundo degrau.

Então retornei da visão, estava novamente na sala amarela de minha casinha na colina e mantendo-me com os olhos fechados podia ouvir o vento que brincava com os pinheiros. E enquanto ouvia a mensagem que passava o vento e os pinheiros, uma luz linda e forte desceu e pousou dentro da salinha onde estava. O cheiro da flor de lótus impregnou todo o ambiente e mesmo com olhos fechados pude ver nitidamente que o amarelo das paredes de minha salinha ficou amarelo brilhante. Reconheci aquele perfume, já o senti diversas vezes desde que comecei a viver de luz. Reconheci aquela luz intensa, já a percebi diversas vezes desde que comecei a viver de luz. É o lama que me acompanha. Sorrindo abri meus olhos e vi a luz tomar forma. Ali estava ele novamente, vestindo camisa branquinha e uma túnica vermelha, sereno e com olhos compassivos mantinha em suas costas um manto adornado por símbolos tibetanos.   Sorri e lhe disse:

– Bom vê-lo novamente. Ele sorrindo acenou a cabeça em afirmação. Então olhou para o alto e eu também olhei. Outra luz desceu e pousou à direita do Lama. E o cheiro acre da terra impregnou a salinha. A luz tomou forma e ali estava ele: Um velho africano esguio de cabelos e barba esbranquiçados. Eu não me lembrava, mas o forte cheiro acre da terra presente me trouxe recordações, seu nome é Zami. Lembro-me dele ainda ontem, numa fração do tempo lá atrás, o homem santo da Etiópia quando esta ainda era rica, próspera e enviava ouro e pedras preciosas para diversos reinos do mundo. Ali estava ele, ainda como estava lá atrás ainda ontem.  Vestindo um simples vestido branco de pano com um cinzel de juncos envolvendo a cintura, calçando sandálias de tiras de pano e madeira e usando o mesmo colar de miçangas vermelhas. Sorrindo mas tentando me segurar de tanta emoção, meio ofegante disse:

– Bem vindo Zami. Que bom sua presença novamente! Ele sorrindo acenou a cabeça em afirmação. Então o Lama e Zami olharam para o alto e eu também olhei. Vi outra luz descer e pousar a esquerda do Lama. E um cheiro de terra molhada e relvas úmidas impregnaram a salinha. Este perfume não me trouxe recordações, este eu não conhecia. A luz tomou forma e ali estava ele: Era do povo amarelo, um chinês vistoso e de olhar sereno, mas firme. Tinha longo cabelo liso grisalho que escorria até a metade das costas, trajava um vestido de seda verde esmeralda ornamentado com símbolos dourados da china antiga, usava meias brancas e tamancos de madeira. Me olhando diretamente nos olhos educadamente me reverenciou abaixando a cabeça. Depois apontou para a parede em minha frente e atrás deles, e uma imagem magnífica de um grande vale verde de terras férteis com muita água, circundado por exuberantes montanhas pontiagudas em suas bordas e até algumas em seu centro. E na minha mente ele disse:

– Fica ao sul da china. Foi aqui que estive pela ultima vez, no mesmo tempo que Zami na Etiópia. Sou  Wang Li Shoug.

Então, desta vez mais surpreso que emocionado respondi:

– Seja vem vindo em minha casa Wang Li Shoug.

Ele sorrindo acenou a cabeça em afirmação. Então os três olharam para o alto e também olhei. Mais outra luz desceu e pousou ao lado direito de Zami. Um delicioso perfume de pinheiros mesclado com o ardor de grandes manadas, que há muito tempo não sentia, tomou conta da sala. Este cheiro eu conheço bem, este perfume me é lúcido. A luz tomou forma e ali estava ele: Um homem santo pele vermelha, simples, mas magnífico.  O espírito de decisão e coragem, a força de vontade e a determinação, eram visíveis em seus olhos. Magro, nariz fino, estatura mediana, cabelos longos e grisalhos. Trazia consigo os traços dos velhos guerreiros. Trajava roupas feitas de fibra vegetal similar ao algodão e calçava mocassins de pano e madeira. Um cordel em sua cintura e nele preso ficava uma flauta. A este dispenso apresentação. Mesmo antes do perfume dos pinheiros e o ardor de grandes manadas impregnarem o ambiente, senti viva a energia de onde venho. Olhei firme em seus olhos e este com firmeza olhou-me de volta, acenou a cabeça em saudação e disse em minha mente:

– Oasin Tatanka, meu filho.

Com expressão séria, mas imensamente feliz em revê-lo e honrado por sua presença, olhando diretamente nos olhos do meu pai de antes de agora, respondi:

– Pai, saudades meu pai. Eu despertei mais uma vez. Estou cumprindo o propósito da missão assumida. Tenho sido esforçado, decidido e não desisti em momento algum pai. Tenho espalhado o bom caminho vermelho a todos os povos como me comprometi antes de descer a Terra.

Então meu pai de antes de agora com visível expressão de orgulho de pai, sorriu e acenou a cabeça em afirmação. Observei que o respeito pela vida e por todos os viveres era intrínseco em todos os quatro.  A roupagem de todos os quatro homens santos vinha unicamente de matéria prima vegetal ou de coisas onde nenhum animal precisou morrer por isto. Nem dentes, nem ossos, nem chifres, nem couro, tendões ou penas haviam neles. Pensei em lhes oferecer um cachimbo limpo e aceso, mas antes mesmo de lhes oferecer, todos os quatro me olhando nos olhos, sorriram juntos e acenaram a cabeça ao mesmo tempo dizendo que não. Foi então que uma grande luz se formou no alto, no céu da fazenda. Aquela magnífica, majestosa e excelsa luz era o Mestre Jesus. Eu reconheceria esta luz até nos confins do mundo! A grande Luz permanecendo como grande Luz falou a nós:

– Abram suas vestis e descubram o peito. O Lama, Zami, Wang Li Shoug e meu pai de antes, descobriram o tórax e então pude ver nitidamente uma forte luz que irradiava do coração de todos eles. Abrindo minha camisa despi meu tórax e vi que a mesma luz se irradiava do meu coração. O Mestre Jesus me disse:

– Vê Gideon, é a minha luz brilhando no coração de vocês e de tantos outros ainda. É o amor do PAI manifesto no coração daqueles de todas as raças que quiseram ver e ouvir.

Então me lembrei da Terra no final da primeira escada e uma tristeza forte tomou meu coração e chorei, porque me lembrei das coisas que batem às portas da Terra e as consequências das escolhas feitas por aqueles que se recusaram ver e ouvir, que virá daqui a pouco, ainda amanhã. E soluçando tentei perguntar ao Mestre, mas soluçava demais, as lágrimas que escorriam de meus olhos afogaram as palavras de minha boca. Eu não conseguia falar. O Lama, Zami, Wang Li Shoug e meu pai de ontem segurando meus braços me levantaram. Contive as lágrimas, voltei ao meu centro, me firmei e fiquei em pé entre eles. Nós cinco olhamos para a grande luz no céu da fazenda, e o Mestre disse:

 

– É a escolha que fizeram Gideon. Precisamos respeitar as escolhas destes tanto quanto daqueles que vendo e ouvindo escolheram subir as escadas.

Então como num passe de mágica retornei novamente à segunda escada, no segundo degrau onde subi a pouco segurando com as mãos a corda branca brilhante, mas desta vez pude ver além da grande luz que antes limitava minha visão até o meio da segunda escada, e vi que a corda branca saia de cintas largas e fortes das cinturas do Lama, Zami, Wang Li Shoug, meu pai de ontem e ainda de cintas largas de muitos outros das quatro raças que também se esforçam pelo encaminhamento de todos aqueles das quatro raças que escolheram subir as escadas. Ao segurar a corda branca luminescente eles dividiram comigo o grande peso que arrastava, tornando-o suportável. Assim também sucessivamente com a grande multidão formada pelas quatro raças que estava no meio da primeira escada.

Depois, uma felicidade tomou conta do meu coração e sorri novamente, porque percebi que embora pequenininho e de bem menos idade, estou no meio daqueles maiores, mais velhos e mais fortes que eu. Embora ainda jovem perante a estes, estou firmemente decidido a não me deixar abater.

Um sentimento de missão quase cumprida tomou conta de minha mente e feliz e em paz, retornei.

Amados, nós não estamos sós, só não desista de subir o próximo degrau. Juntos, auxiliados por cordas presas nas cinturas de irmãos mais velhos, irão sim cruzar a linha de chegada. Depois descansamos queridos!

Estamos na reta final e a arrebentação forte das ondas é a anunciação de que a terra firme está logo adiante. Em alto mar não há arrebentação, é somente na praia que as ondas arrebentam. Então desistir agora é burrice meu filho! Uma nova era nos aguarda… Logo ali.

Xamã Gideon dos Lakotas.

 

Obs.: Quem sabe da próxima eles aceitam o cachimbo.

Gideon dos Lakotas

Fundador e idealizador da obra Céu Nossa Senhora da Conceição, materializou esta maravilhosa obra que trouxe tantos benefícios para a humanidade.

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