Digitalis lanata Ehrh
Planta herbácea bienal, formando, no decurso do primeiro ano, uma roseta terrestre; no decurso do segundo, um caule alto e ereto com folhas sésseis e lanceoladas. Na axila das folhas superiores formam-se flores campanuladas castanhas e brancas, constituindo uma espiga terminal. O fruto é uma cápsula. A espécie, originária dos países balcânicos, é cultivada em grande e pequena escala para fins medicinais, de preferência às outras espécies, em virtude da sua resistência ao gelo, às doenças e ainda pelo seu forte teor em matérias ativas. As sementes são semeadas na Primavera (para a colheita das folhas) ou no Outono (para a colheita da semente no ano seguinte).
As folhas são secadas durante um dia, à temperatura ambiente, em camada fina, antes de serem submetidas a uma temperatura superior. A umidade em excesso provoca a decomposição das matérias ativas e desvaloriza o produto. Este contém essencialmente glicosídeos: os lanatosídeos A, B e C. Tais substâncias têm uma ação terapêutica quatro vezes mais eficaz que a dos purpureaglicosídeos da dedaleira (D. purpurea). É usada pela sua poderosa ação cardiotônica de efeito rápido, nos casos agudos de falha cardíaca, na taquicardia ou na irregularidade da atividade cardíaca (por exemplo, estados asmáticos graves). O seu uso é feito exclusivamente no âmbito da indústria farmacêutica.