Apenas seis espécies perenais compõem o gênero Galega que ocorre na Europa central e meridional, Ásia ocidental (Galega officinalis) e África oriental tropical. Algumas espécies são cultivadas por sua atraente folhagem penatissecta e seus racemos coloridos. Um dos nomes populares, arruda-de-bode, deve-se ao cheiro de sujeira que surge da folhagem quando contundida. O nome Galega vem do grego “gala”, leite, porque estas plantas têm reputação de aumentarem a lactação.
Galega officinalis
Galega officinalis é uma planta perene com caule ereto, anguloso, apresentando folhas alternas, imparifolioladas, penatissectas, de cujas axilas surgem no verão longos cachos de flores brancas, rosadas ou violáceas. O fruto é uma vagem que encerra sementes castanhas. A espécie é originária da Europa meridional e oriental, assim como da Ásia ocidental. Encontra-se esporadicamente nos locais simultaneamente quentes e úmidos. Era antigamente importante no tratamento de pestilência, febres e doenças infecciosas, explicando conseqüentemente o nome alemão “Pestilenzkraut”. Sua reputação antiga como um galactagoga foi validada através de pesquisa na França em 1873 que demostrou que as vacas tratadas com Galega tiveram sua produção de leite aumentada em 35 a 50 por cento.
São colhidas as cimeiras, ceifadas na altura da floração, sendo secadas à sombra, num local arejado, quer estendidas sobre grades de canas, quer em feixes. No secador, a temperatura não deve ultrapassar os 50°C. As culturas um pouco antigas podem ser colhidas várias vezes por ano. As partes ativas contêm terpenóides azotados: galegina; glicosídeos do grupo das flavonas, saponina e taninos. Estas substâncias são hipoglicêmicas e lactagogas. A galega é usada no tratamento complementar da diabetes (tisanas antidiabéticas) e para estimular a atividade das glândulas mamárias no decurso do aleitamento. Prepara-se, para esse fim, uma infusão na proporção de duas colheres de café de galega para um copo de água, ou mesmo duas colheres de sementes esmagadas para meio litro de água. É usada igualmente para problemas digestivos, especialmente constipação crônica causada por falta de enzimas digestivas. Em aplicação externa, a galega entra na composição de unguentos cicatrizantes, usados designadamente em cirurgia plástica. Em uso econômico é dado diretamente na alimentação do gado para aumentar sua produção de leite.